A paz mundial não é uma questão exclusiva de relações internacionais e nem de tratados e acordos entre povos. Ela vai além disso, transcendendo em um problema muito mais profundo. A paz é principalmente uma questão de evolução do homem, da sua guerra interior com seu egoísmo e do trabalho profundo que a natureza age no ser humano.

As bases da paz começam no psiquismo interno do ser, e não exclusivamente em exterioridades diplomáticas. Quando o egoísmo se dilatar em coletividade, aí sim podemos afirmar que há uma humanidade que vive em paz. Sentimentos de paz e harmonia não surtirão efeitos duradouros enquanto o homem não trabalhar principalmente dentro de si. Enquanto isso, o homem provoca guerras externas e tenta transitar para o bem.

Paz duradoura

Levará um bom tempo para a humanidade encontrar uma paz duradoura, apesar de alguns grupos pacifistas já terem alcançado esse nível. Contudo, não adianta depormos as armas por já termos compreendido e vivido o sentido da paz, enquanto grupos ainda em estágio bárbaro estejam prontos para nos aniquilar e fazer imperar o caos novamente.

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Os grupos extremistas continuarão matando centenas de inocentes e o governo Bush terá de tomar a difícil decisão: frear os ataques terroristas com o uso da violência ou pregar os princípios da não violência para tentar impedir que centenas de homens inocentes sejam mortos.

Porém, não adiantaria pregar a filosofia da paz e, ao mesmo tempo, agir pela filosofia da violência. O mundo é heterogêneo e a paz mundial ainda é uma utopia no presente momento. Não surtiria efeito depormos as armas se existe um inimigo pronto para nos aniquilar com todo seu egoísmo. Os ensinamentos do cristianismo, que pregam a paz, não regem o mundo globalmente. Diferentes povos têm conceitos bem antagônicos ao que pregava Jesus.

O mal é via de transição

Os grupos terroristas não medem consequências em suas ações. Eles seguem uma abominável doutrina própria que matam inocentes. A “Doutrina Bush” pretende sacrificar esses grupos em prol de uma paz maior a todos no planeta. Do contrário, mais cenas como o 11 de Setembro se repetirão e mais inocentes serão mortos.

Mesmo que não queiramos, as guerras acontecem. O homem ainda está em estado bárbaro. A paz é um estado perfeito a ser alcançado e o homem ainda o busca. O problema atual está no estágio de evolução que o homem se encontra, por isso o mal é via de transição, a necessidade de saturação da fase.

A paz é um trabalho muito maior e ela não vem somente de relações diplomáticas. Este é um trabalho mais profundo e demorado, interno, oriundo do instinto do homem e da evolução do egoísmo através da maturação das fases — na qual inevitavelmente não conseguimos pular etapas.

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Da mesma forma que sabemos que não devemos poluir o planeta, ainda assim o poluímos. O homem não consegue atualmente transpor algumas etapas. O mal transita para o bem. As lutas de forças externas acontecem nessa transição e servem como aprendizado e trabalho do instinto do homem.

Como conseguiremos esse estado de paz? Como conseguir a perfeição nesse momento atual de evolução do homem? Certamente não será automaticamente que todo o mundo obtenha essa harmonia pacífica. Existe uma transição de fases para isso. O que se espera é que as guerras tendam a se extinguir aos poucos e futuramente teremos uma paz duradoura, um estado de perfeição.

Não pregamos que a paz é uma utopia, porém ela ainda é uma utopia no momento atual — apesar dos homens estarem conseguindo estabelecer momentâneos estados pacíficos. O homem ainda transita de um estado bárbaro e, mesmo que pregue a paz, não consegue ainda viver sem suas guerras. Ele compreende a necessidade da paz e faz tratados para alcançá-la, contudo ainda não consegue superar todos os conflitos entre os povos sem promover guerras.

Os grupos extremistas não respeitam o seu próprio povo. Eles matam homossexuais, descriminam as mulheres e mandam nos corpos das pessoas. Esses povos são oprimidos há anos, mas nada justifica matar inocentes. Pela lei do homem, quem provoca ações dessa ordem deve sofrer as consequências, do contrário daremos liberdade a mais inocentes serem mortos.

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Devemos respeitar e pregar a paz, mas grupos extremistas ainda não entendem essa linguagem e continuarão a matar inocentes. Também não adiantaria sair matando a todos que não estejam ainda nesse patamar. Não adianta incitar o ódio para calar e limitar a democracia e a liberdade de expressão.

Muitos chefões do crime organizado controlam suas ações dentro do cárcere. Alguns conflitos que aconteceram no mundo tiveram como motivo libertar esses líderes. Cruze os braços e pregue a paz a um grupo extremista religioso suicida e verá mais e mais inocentes serem mortos. Se o nosso estilo de vida parece o “American Way of Life”, o dos terroristas é o “Extremist Way of Death”. Se você ainda pensa na vida deles, eles não pensam na sua.

As guerras evoluem. As guerras são de homens em estado de evolução, como somos atualmente: bárbaros. O trabalho da natureza é longo e a guerra consequentemente se reveste em outras roupagens, como guerra econômica. Há um estado de perfeição a ser alcançado, apesar da ética internacional ainda estar longe. Porém, ninguém chegará lá sem transitar pelas fases.

Pietro Ubaldi e as guerras

Um pensamento do espiritualista Pietro Ubaldi se encaixa bem como reflexão neste momento atual que vive nossa humanidade:

“Cada guerra não acontecerá em vão, os povos se chocam para conhecer-se e compreender-se; agridem-se, porque dos choques alternados entre vencedores e vencidos, aprenderão a reconhecer de toda parte o direito que tem qualquer povo à vida; viver e não sobreviver apenas, não dominar nem oprimir, mas coordenando-se na unidade maior para o qual sobem: a humanidade”.

Ubaldi não apoiava a guerra, mas entendia que no presente momento da humanidade elas inevitavelmente aconteciam, apesar de acreditar que elas tendem a se extinguir. É um ciclo maior de compreensão e todos buscam a harmonia. O que se espera é nos libertarmos um dia das guerras.

Nossa sociedade atual não consegue se estabelecer agora em plena paz. São estados futuros do homem e o trabalho da natureza profunda e demorada. O homem caminha aos poucos nesse sentido tentando se compreender e como poderemos extrair lições das guerras, apesar de tudo.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário do Norte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

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