A mitológica criatura chamada de chupacabra teria sido novamente avistada por algumas pessoas na cidade de Picayune, no estado do Mississippi, Estados Unidos. E mais uma vez ela teria sido filmada.

Como não é nenhuma surpresa nessas filmagens ou mesmo capturas desse mitológico animal, o que se descobre ao final de uma análise deste material é de que o animal não era nenhuma criatura desconhecida da ciência. Todos eles eram animais bem conhecidos, apesar de alguns deles estar em condições degradantes, o que faz a testemunha imaginar ser algo de outro mundo.

Coiotes com sarna são confundidos com chupacabra

Agora, nesta recente aparição de um suposto chupacabra, filmado pela senhora Jennifer Whitfield e postado em sua conta do site YouTube em 29 de outubro de 2013, o animal aparece calmamente, inclusive fitando a testemunha com seu olhar nada ameaçador para quem herda um nome tão grotesco.

Quando a testemunha olha pela primeira vez para um animal deste tipo e busca na sua memória algo similar que tenha visto no passado, acaba descobrindo que não se lembra de ter visto nada parecido. A primeira reação é acreditar que está de diante de algo sobrenatural, nunca visto por ela antes, mas que certamente existe no reino da criptozoologia.

O "Chupacabra" de Mississipi
O “chupacabra” de Mississippi

No momento que a senhora Whitfield filmava o animal, seus vizinhos apareceram e também observaram a criatura caminhando calmamente. Uma das testemunhas, de nome Jonathan, fez coro à origem misteriosa da criatura e declarou posteriormente à imprensa que “não sabia o que era, mas talvez seja um chupacabra”. Se o animal não tivesse sido filmado, este registro seria apenas mais um caso de aparição de um suposto animal que ataca outros animais e chupa seu sangue.

Felizmente, com a filmagem é possível tentar identificar a real natureza deste animal. E o que podemos visualizar neste vídeo indica claramente ser apenas um coiote com sarna. Coiotes com sarna têm sido constantemente interpretados por algumas pessoas como sendo o mítico chupacabra.

O "Chupacabra" de Mississipi
O “Chupacabra” de Mississippi

Alguns casos de chupacabra são apenas coiotes

Um caso emblemático de chupacabra aconteceu em julho de 2007, em uma fazenda em Cuero, nos Estados Unidos. A testemunha de nome Phylis Canion encontrou a carcaça de um animal e pensou que, pela primeira vez em sua vida, iria colocar suas mãos em um chupacabra.

Ela pensou que a carcaça era um chupacabra por que suas galinhas haviam sido anteriormente atacadas e mortas, porém não foram devoradas. Ao enviar a carcaça do animal para análise, o biólogo Mike Forstner descobriu que a sequência de DNA era idêntica a de um coiote.

O Chupacabra de Cuero era apenas um coiote
O chupacabra de Cuero era apenas um coiote

Investigações sobre o chupacabra também foram efetuadas pelo americano Benjamin Radford, um escritor e pesquisador do paranormal. Radford, que é vice-editor da revista Skeptical Inquirer, tem uma visão crítica acerca dos fenômenos que investiga, tendo escrito diversos livros que desmistificam vários fenômenos paranormais.

Radford escreveu um livro sobre suas pesquisas acerca do chupacabra, ainda não traduzido ao português, de nome Tracking the Chupacabra: The Vampire Beast in Fact, Fiction and Folklore (University of New Mexico Press, 2011, algo como “No Encalço do Chupacabra: Fato, Ficção e Folclore sobre a Besta Vampiro”).

Livro que desmistifica histórias de Chupacabra
Livro que desmistifica histórias de chupacabra

Extração do sangue?

Em suas investigações, ele concluiu que a aparente extração de sangue dos animais, relatada por testemunhas que viram as carcaças dos animais atacados pelo mítico “chupacabra”, pode ser explicada por uma hemorragia interna ocasionada pelas perfurações da presa do predador. Sua morte acarretaria a drenagem do sangue para a parte inferior do corpo do animal.

A sensação do leigo ao ver a carcaça do animal é imaginar que ele teria tido seu sangue sugado pelo vampiro criptozoológico, quando na verdade tal procedimento não teria acontecido.

Veja o vídeo original do “chupacabra” de Mississippi:

Referências

[1] ‘Chupacabra’ in Mississippi town reportedly a coyote with mange. The Huffington Post, 29 Oct. 2013. Disponível em: <http://www.huffingtonpost.com/2013/10/29/chupacabra-mississippi-coyote-mange_n_4174520.html>. 

[2] RADFORD, Benjamin. Tracking the Chupacabra: The Vampire Beast in Fact, Fiction and Folklore. Albuquerque: University of New Mexico Press, 2011. 

[3] Texas State researchers solve mystery of Cuero Chupacabra. Texas State University News Service, 1 Nov. 2007. Disponível em: <http://www.txstate.edu/news/news_releases/news_archive/2007/11/Chupacabra110107.html>.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário do Norte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

4 COMENTÁRIOS

  1. Nas necrópsias realizadas não encontramos Nenhum sangue em nenhuma parte do corpo do animal. Cara, vai ler meu livro e se informar melhor, por favor.

    • Calma, Machado. Este artigo que escrevi aqui trata de um óbvio equívoco cometido por algumas testemunhas, confundindo um coiote doente e moribundo com um ser de outro planeta. Cito o livro do Benjamin como uma referência séria neste tipo de pesquisa, pois ele investigou vários casos, porém ele tem uma avaliação diferente da sua. Ok? Não foi dito aqui que o sangue desapareceu (onde lestes isto?), mas sim que o sangue drenou para partes inferiores do corpo do animal.

      Este artigo não é um tratado sobre o Chupacabra. O fato concreto é que até hoje ninguém capturou um único destes seres. Na minha avaliação, a explicação para sua ausência é de que ele simplesmente não existe. Para catalogarmos algo na biologia precisamos do ser. Não o tendo, continuam as pesquisas, entre discordâncias e concordâncias. É natural. Abraços

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