O psicólogo e parapsicologista britânico Callum Cooper lançou recentemente seu livro Telephone Calls from the Dead (Chamada telefônica dos mortos, Tricorn Books, 2012) sobre as conclusões de seu estudo das supostas ligações telefônicas anômalas dos “espíritos dos mortos”.

No passado, há pouco mais de trinta anos, o tema recebeu atenção considerável por parte dos pesquisadores norte-americanos D. Scott Rogo (1950–1990) e Raymond Bayless (1920–2004), compilando casos em um clássico livro de nome similar, o Phone Calls from the Dead (Telefonemas dos mortos, Prentice-Hall, 1979).

Acontecimentos especiais e esporádicos

As pesquisas dos parapsicólogos Rogo e Bayless com os tais telefonemas do “Além” têm descrito casos curiosos nos quais as chamadas anômalas ocorreram em ocasiões especiais para quem as recebeu, tais como datas de aniversário e casamento. Pelo menos em algumas ocorrências há uma aparente ligação com o aspecto emocional de quem as recebe.

Estes telefonemas têm sido descritos como acontecimentos que ocorreram de forma esporádica e sem controle; quem as recebeu não sabia quando o telefone iria tocar, salvo raras ocasiões de avisos prévios. (Ninguém ainda inventou um aparelho que consiga ligar ao “mundo espiritual” — caso exista tal lugar.)

Os dois livro sobre telefones de suposta origem de pessoas que já faleceram
Os dois livros sobre telefonemas de suposta origem de pessoas que já faleceram (Imagem: Divulgação)

As características destes eventos são peculiares porque em algumas destas ocorrências as vozes dos supostos espíritos surgem bem claras e as chamadas apresentam longa duração.

Uma das características notáveis de boa parte desses telefonemas são de que as vozes são audíveis imediatamente, sem precisar rebobinar a gravação para ouvir e nem ser necessário utilizar um ruído de fundo para modular o sinal, como são feitos corriqueiramente em outros experimentos.

Investigando a origem das ligações telefônicas

Nas ocorrências em que a pessoa atende ao telefone e já começa a ouvir a voz do autointitulado espírito, um aparelho com identificador de chamada seria útil para analisar a veracidade dessas ligações, permitindo colocar à prova sua natureza paranormal.

Caso aparecesse o número do telefone no identificador, bastaria buscar os dados na central telefônica e descobrir a origem e autoria das chamadas. Não aparecendo nenhum número no identificador, a ausência seria o primeiro passo para investigar se realmente há algo que não consiga ser explicado tecnicamente.

Papsicólogo D. Scott Rogo investigou os telefonemas do "Além"
O parapsicólogo D. Scott Rogo investigou os telefonemas do “Além” (Foto: Divulgação)

No entanto, há casos em que as ditas ligações telefônicas paranormais não poderiam ser registradas por qualquer aparelho de captação do número do telefone. Nestes casos a ligação não foi direta. O aparelho não tocou, pois a pessoa já estava ao telefone conversando com alguém e, no meio da conversa, surgiu a interferência de suposta origem paranormal.

Nessas ocorrências um identificador de chamadas não seria útil para tentar identificar o número de origem, já que a ligação registrada será a da outra pessoa que mantinha o diálogo do outro lado da linha.

Ausência de prova científica

Os telefonemas anômalos são eventos controvertidos e, até o momento, pouco satisfatórios como prova da existência de uma vida após a morte.

Como esta é uma área bem negligenciada pela parapsicologia, na falta de dados mais concretos permanecemos na imparcialidade se estes eventos sejam realmente autênticos — oriundos de pessoas que já faleceram — ou possam ser descartados como a mais pura e deslavada fraude.

Referências

[1] COOPER, Callum. Telephone calls from the dead. Old Portsmouth, UK: Tricorn Book, 2012.

[2] ROGO, D. Scott; BAYLESS, Raymond. Phone calls from the dead. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1979.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário do Norte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

2 COMENTÁRIOS

  1. Bom dia,

    Aconteceu um telefonema comigo quando era criança. Um tempo depois que meu pai faleceu. O telefone tocou, eu atendi e escutei a voz dele…a chamada nao estava boa, mas ouvi perfeitamente. Era ele pedindo para eu chamá-lo. Nao entendi. Sempre achei isso meio maluco ate pq nao acredito em nada. Hoje tenho 33 anos…quase 20 anos depois resolvi pesquisar pq vi uma materia no yahoo. Meu coracao ate acelerou de saber que isso ja aconteceu com outras pessoas.
    Obrigada pela informacao

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