(Crédito: Alexandre de Carvalho Borges)

Os ufólogos alegam que os militares estão pesquisando o problema dos UFOs na “surdina” e acreditam que eles não liberam as informações que coletaram por décadas sobre este tema por que a meta deles estaria ligada primeiramente às aplicações bélicas.

Os ufólogos defendem que o primeiro plano dos militares seria converter suas informações sigilosas em uma aplicação tecnológica, relegando a segundo plano o esclarecimento da população sobre a questão. Nesta visão, seria como se estive atualmente em operação uma guerra fria, porém maquiada de outras roupagens.

Liberar informações secretas para educar a população

Os ufólogos querem por as mãos nos documentos secretos sobre UFOs. Segundo eles, a partir do momento que as informações fossem liberadas publicamente haveria um aproveitamento imediato delas. Os ufólogos acreditam que as informações não iriam beneficiar somente àqueles que estão exercendo a ufologia, mas também quem as está consumindo — a população em geral.

Os pesquisadores da matéria acreditam que é necessário educar ufologicamente o público não especializado e que não perdure a restrição da acessibilidade de informações sobre UFOs unicamente a um grupo restrito de autoridades.

Quanto mais dados de melhor qualidade forem disponíveis, mais perto da verdade o investigador estará munido para desvendar o enigma dos UFOs — o que acabará beneficiando a todos por transbordamento de conhecimento. Posto isto, pensam os ufólogos: por que não fornecer abertamente as informações ufológicas sigilosas ao público?

Ufólogos querem documentos secretos dos militares sobre UFOs  (Foto: Storyblocks)

Ufólogos creem que se as Forças Armadas do Brasil liberassem irrestritamente as documentações que possuem sobre “discos voadores” iria, por exemplo, encorajar alguns cientistas a encararem uma pesquisa séria sobre a área, sem sofrer chacota dos demais colegas.

Casos ufológicos existem aos montes para dar e vender, mas quando alguns cientistas vão dar uma “folheada” neles, logo são crucificados pelos demais colegas. É comum em tópicos tão espinhosos e polêmicos como o dos objetos voadores não identificados acontecer de algum cientista mexer uma palha sobre o tema e logo em seguida a comunidade científica querer tocar fogo nela.

Foi o que aconteceu no recente estudo publicado no periódico da Society for Scientific Exploration (SSE), chamado de painel Sturrock. Muita gente criticou a intenção dos envolvidos em dar atenção aos casos ufológicos passados. Por enquanto, a temática dos UFOs não é bem divulgada pela imprensa não especializada e nem penetra nos meios científicos como alguns ufólogos gostariam que adentrassem.

A revanche contra os céticos

Na visão dos ufólogos a divulgação intensa de informações secretas dos meios militares sobre a temática dos UFOs seria considerada como uma boa “revanche” contra os céticos, especificamente das organizações céticas ao redor mundo. Não apenas isto, os ufólogos pensam que este almejado gesto das autoridades militares iria fazer os céticos pensarem que o assunto é mais sério do que imaginam.

Ufólogos querem uma "revanche" contra os céticos
Ufólogos querem uma “revanche” contra os céticos (Imagem: Shutterstock)

Apesar do cobiçado sonho dos ufólogos em ganhar os céticos como aliados, os casos de natureza ufológica são realmente duvidosos em essência. Há de se convir de que quem se auto rotula de ufólogo (geralmente os que aparecem na TV e são ouvidos em rádio) é quem acaba alegando maravilhas. Eles deveriam apresentar alguma evidência concreta do que defendem, mas não o fazem. No final, uma parcela desses ufólogos é quem acaba atrasando a jornada e o trabalho dos sérios pesquisadores.

A verdade é que há uma parcela de céticos integrais que combatem e realmente não veem evidências concretas nas alegações de visitas de naves alienígenas ao planeta Terra. Outros céticos fazem um grande serviço à humanidade em combater pseudoconhecimentos que pululam por aí, como a numerologia e a astrologia.

As polêmicas e embates da ufologia

O fenômeno UFO apresenta faces indefinidas. O choque de ideias pró e contra ainda vai ocorrer por longos tempos. Talvez a liberação de alguma informação secreta sobre UFOs não surta efeito algum no sentido de aumentar a credibilidade no assunto. Por hora, a área vive em polêmicas e embates de sua autenticidade.

Por exemplo, o psiquiatra americano John E. Mack viu a credibilidade de sua pesquisa sobre abduções por alienígenas ser resvalada a níveis próximos a zero quando foi crucificado em público por ter sido facilmente enganado por uma jornalista que se passou por uma abduzida.

Psiquiatra John Mack foi enganado por jornalista que se passou por uma abduzida
Psiquiatra John Mack foi enganado por uma jornalista que se passou por abduzida por extraterrestres (Foto: Divulgação)

Outro pesquisador, o artista plástico e hipnólogo estadunidense Budd Hopkins, apresentou o episódio de uma suposta abdução de uma senhora chamada Linda Cortile como sendo o mais fantástico caso de uma abdução. Ele defendia existir provas e múltiplas testemunhas para validá-lo como real, porém alguns pesquisadores encontraram várias falhas no enredo dessa história.

Outras fantasias sempre rondaram a periferia da ufologia e eram vendidas em seu nome, tais como a defesa deslumbrada de alguns ufólogos na existência de uma estrutura artificial em formato de rosto no planeta Marte. A recente descoberta da NASA serviu para pulverizar a fantasia, comprovando que não havia nenhum rosto artificial no planeta vermelho.

Por bem ou por mal, a “dedetização” na casa ufológica continua. O que é verdadeiro continuará, e o que é falso será esquecido no limbo.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário Uninorte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

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