O poder dos mapas mentais para concursos públicos

… mapas mentais podem ser usados (…) para ajudar a conectar e sintetizar ideias e dados e, no fim, criar novo conhecimento.

Bill Gates

Os mapas mentais são uma ferramenta ideal para ser aplicada em estudos de concursos públicos. Com a volumosa quantidade de assunto e matérias que temos que dar conta nos concursos atuais — e cada vez mais concorridos —, os mapas mentais tornaram-se um grande diferencial e uma arma poderosa de aplicação nos estudos. Para quem não sabe ainda o que são mapas mentais, uma breve explicação.

Os mapas mentais ou mind maps, em inglês, foram criados pelo escritor inglês Tony Buzan e consistem em uma espécie de diagrama que utiliza palavras, frases ou mesmo imagens. São desenhados em uma folha de papel em branco e no seu centro é colocado o assunto ou tópico que se deseja tratar.

Fazendo um paralelo como exemplo, o centro do mapa mental seria como o título de uma redação e, a partir dele, partem diversas linhas ou ramificações que tratam mais especificamente do tópico central.

As ramificações podem gerar níveis hierárquicos de mais ramificações, ou seja, sub-ramificações do ponto central. Essas sub-ramificações conterão frases, palavras, símbolos ou imagens. Tudo isso irá depender de quem cria o mapa mental, já que não há uma regra fixa que determine sua elaboração.

Sua criação é livre — como a mente — e é possível utilizar variados recursos gráficos e textuais coloridos ou apenas criar um mapa mental simples e monocromático. Apesar da possibilidade de se usar da simplicidade, a ideia é certamente criar um mapa atrativo para a mente, que contenha muito colorido, recursos gráficos e textuais vívidos e interessantes.

A indústria dos mapas mentais

Em meus estudos para concursos públicos, uso os mapas mentais à exaustão, tendo criado mais de 700 deles. Eles tornaram-se um verdadeiro pilar do estudo, principalmente como uma ferramenta de revisão rápida e eficiente. Entretanto, no meu início não foi bem simples assim.

Apesar de já conhecer os mapas mentais, da sua aplicação em diversas áreas e de como criá-los, nunca tinha posto em prática essa ferramenta. Depois de alguns meses estudando para concursos, resolvi testar a funcionalidade dos tão falados mapas mentais e resolvi criar meu primeiro mapa mental.

Eu tinha como objetivo, em mente, de que ele seria apenas algo como um auxiliar nos estudos. Até então, sempre tinha olhado com ar de dúvida a tão propalada eficácia destes mapas. É verdade, existe uma verdadeira indústria em torno deles.

Em uma rápida busca no oráculo do Google, podemos ter uma ideia da dimensão que alcançou os mapas mentais inventados por Tony Buzan. Acredito que seu próprio criador não imaginasse que sua criação tomaria tamanha dimensão e seria usada no mundo todo por diversos profissionais, em diversas áreas.

Diversos sites tratam do assunto dos mapas mentais. Livros e mais livros são vendidos, cursos e palestras são proferidas, profissionais ensinam como criá-los, como torná-los mais atraentes para a mente e como otimizá-los para se tornarem mais eficientes ao gosto do usuário. Softwares também foram desenvolvidos para construí-los — alguns comerciais e outros gratuitos e de livre download.

A surpresa que causa é que esse alvoroço todo em torno de algo que aparenta ser tão simples à primeira vista — como uma brincadeira de criança rabiscando linhas coloridas — vira certeza: eles são simples mesmo, são óbvios, não há nenhuma complexidade em se criá-los e, mesmo seus recursos gráficos e desenhos bem elaborados, são opcionais. Dá para se fazer um mapa bem “simplex” e que também será de grande utilidade para nós.

Voltando ao assunto de sua aplicação para concursos públicos, no princípio eu duvidava de sua tão propalada utilidade. A minha dúvida esvaiu e a certeza de sua utilidade chegou a tal ponto que eles se tornaram muito úteis em meus estudos de concursos. Eles viraram um dos pilares e ferramentas principais no meu estudo.

Meus primeiros mapas mentais tentavam seguir à risca os “mandamentos” de como se criar um bom mapa mental. Para me inteirar de todas melhores práticas, li o livro do próprio pai do rebento, o já citado Tony Buzan, em seu livro Mapas Mentais e sua Elaboração: Um Sistema Definitivo de Pensamento que Transformará a sua Vida (Cultrix, 2005).

O livro é bem fino e com diversos exemplos ilustrados de mapas, dando pra ler rapidinho em uma sentada. Com base nas orientações do autor, utilizei mapas mentais bem coloridos com uso de hidrocores. Cada ramificação que parte do centro tem uma cor diferente e visa uma melhor distinção. Inicialmente, utilizei frases curtas ou mesmo apenas uma palavra em cada ramificação. Os ramos que partiam do centro seriam mais grossos e suas sub-ramificações mais finas em espessura.

Sempre que possível, utilizava um ícone em cada ramificação, utilizando um mnemônico como lembrança. Inicialmente segui à risca todas as orientações, já que desejava colocar à prova sua utilidade. Posteriormente, quando minha produção de mapas foi crescendo, alguns apetrechos foram suprimidos e já não os achava tão necessários.

Mapas mentais: modo de fazer

Meus mapas mentais foram criados em folhas de papel ofício em branco. Eu cortava a folha ao meio, o que me dava a possibilidade de criação de dois pequenos mapas por cada folha. Ao tratar de alguns assuntos mais extensos, achava necessário um mapa maior, então o deixava em uma folha de ofício completa.

Entretanto, a grande maioria era feita em metade de uma folha. Eu sempre tinha em mente a filosofia de que “se eu posso usar um mapa menor em várias folhas pequenas, é melhor do que utilizar um grande mapa em uma folha maior”.

Acredito que uma folha de ofício completa é mais cansativa para se ler, já que você acaba tratando muitos tópicos em apenas um mapa. Minha ideia era dividir mapas mentais grandes em duas ou mais folhas pequenas para melhor leitura e agilidade na hora do estudo.

Eles me permitiam criar mapas por tópicos bem específicos, ao invés de um tópico imenso, englobando somente um mapa grande. Os mapas menores aparentavam também a ideia de inúmeras fichas e, quando sua criação ia se avolumando, tornava-se melhor para manipulação.

Todos meus mapas eram coloridos. Alguns deles eram inicialmente criados com grafite, pois seu desenvolvimento ia sendo trabalhando na medida em que ia estudando algum livro, apostila ou texto. Então, era constante apagar alguma ramificação para correção ou remanejamento para melhor localização.

Posteriormente, todos eles iam sendo coloridos, utilizando tempos ociosos que não tomassem o tempo de estudo. Outra boa parte já era criada diretamente com os hidrocores coloridos, por já ter bolado em mente como eles seriam e, obviamente, isso economizava muito mais tempo. Sempre preferi criar os mapas à mão, ao invés de utilizar os softwares específicos e desenvolvidos para este fim.

Software x papel

Existem softwares muito bons para criação de mapas mentais. Entretanto, sempre considerei essa opção como mais lenta do que a possibilidade de eu mesmo fazer à mão. E realmente é. Para quem fez mais de 700 mapas mentais, como eu fiz, e como o tempo é uma variável a preço de diamante no estudo dos concursos públicos, optei por fazer minha própria criação.

Além disso, sempre achei que a criação feita no papel seja algo mais pessoal. É por este fato que, apesar de existir muitos mapas mentais disponíveis na internet sobre diversas matérias de concursos, eu sempre preferi criar os meus.

Com exceção de alguns poucos que achei na internet e acabei utilizando para estudo, a esmagadora maioria eu mesmo criei. Alguns sites oferecem para venda mapas mentais de diversos assuntos abordados em concursos, como os clássicos direito administrativo e direito constitucional.

Acesso à memória

Voltando ao assunto de sua aplicação para concursos públicos, os mapas mentais servem como poderosa ferramenta de síntese dos assuntos e servem como verdadeiros auxiliares mentais. Eles funcionam como uma ponte entre o mapa e a mente, ou seja, uma parte do assunto está na sua mente e outra está no papel, representada pelo mapa.

Quando você bate o olho em um ramo do mapa que trata de um determinado assunto, aquele ramo funciona como uma chave que vai disparar a base de dados da sua memória e lhe permitirá acessar seu conhecimento de uma forma mais visual.

O mapa serve como uma ponte para acessar essa informação do seu cérebro. Eles são utilíssimos para revisões, permitindo deixar o material bruto de lado nesta tarefa e revisar todos os tópicos dos assuntos em uma velocidade muito maior.

Outra poderosa utilidade é a melhor memorização do assunto pela sua mente. Você se lembrará, na hora da prova, da posição do ramo desenhado em um mapa que trata de um determinado assunto. Experimente usar os mapas mentais em seus estudos para concursos. Pesquise mais sobre o assunto para saber como fazê-los. Tenho certeza que seus estudos darão um “up” a mais com essa fabulosa ferramenta de acesso à memória.

Referências

[1] BUZAN, Tony. Mapas Mentais e sua elaboração: um sistema definitivo de pensamento que transformará a sua vida. Tradução de Euclides Luiz Calloni e Cleusa Margô Wosgrau. São Paulo: Cultrix, 2005.