Existe vida após a morte? Se sim, é possível que utilizemos aparelhos eletrônicos para contatar aqueles que já partiram? O Spiricom foi uma aparelhagem construída com o objetivo de se tentar responder a esta pergunta de forma objetiva, obtendo gravações de vozes de pessoas que já faleceram.

O sistema Spiricom funcionava por meio de voz e tentava contatar com outros níveis de realidade não física. A máquina pretendia ser o elo entre nós e os espíritos de pessoas que já faleceram — e que agora alegadamente vivem em um mundo invisível a nós.

Realizando uma revisão histórica de como todo este lendário projeto Spiricom aconteceu na década de 70 e 80, e de como ele foi desenvolvido, é uma história que nos lega mais interrogações do que certezas.

Pesquisas recentes sugerem a indicação de uma possível fraude executada pelo técnico em eletrônica e participante do projeto, o americano William O’Neil, falecido em 1992.

Pesquisador alega que o Spiricom foi uma fraude

Depois de mais de 30 anos do fim do projeto, o pesquisador do paranormal Stephen Rorke resolveu investigar a fundo a história do Spiricom. A parafernália de todo o projeto está hoje desativada em um hangar na Flórida, nos Estados Unidos, sob os cuidados de um senhor chamado Thomas Pratt.

Este senhor remeteu ao pesquisador Rorke várias gravações em fita cassete com os diálogos travados entre o técnico O’Neil e um suposto espírito de um físico americano de nome George Jeffries Mueller (1906–1967). Estas fitas cassete nunca haviam sido antes divulgadas.

O Spiricom, versão Mark IV, está desativado em um hangar na Flórida
O Spiricom, versão Mark IV, está desativado em um hangar na Flórida (Foto: Stephen Rorke)

Rorke afirma que as gravações atribuídas a este espírito foram forjadas por O’Neil. Segundo ele, a voz do espírito que se comunicava pelo Spiricom é, na verdade, a própria voz do técnico William O’Neil camuflada por uma laringe eletrônica. Rorke localizou alguns trechos da gravação da voz do “espírito” e apresentou como uma das provas de que a máquina seria uma fraude.

O assunto é polêmico e necessitaríamos de um extenso trabalho específico para abordar este tema com a profundidade necessária. A acusação de suposta fraude está calcada em vários indícios e vai além do que brevemente mencionamos aqui. No entanto, os argumentos e elementos apresentados por Rorke não devem ser prontamente ignorados.

O pesquisador Rorke afirma que o técnico William O'Neil forjou a voz do espírito
O pesquisador Rorke afirma que o técnico William O’Neil (foto) forjou a voz do espírito pelo Spiricom (Foto: Arquivo George Meek)

Falecimento do engenheiro participante do Spiricom

De acordo com notícia veiculada pelo pesquisador de fenômenos paranormais, o americano Mark Macy, o engenheiro Hans Heckmann, participante do projeto Spiricom, faleceu em 15 de fevereiro de 2013. Com a recente morte de Heckmann, o único participante do projeto ainda vivo é o engenheiro eletrônico Bruce Dapkey.

Uma das fitas com gravações entre O'Neil e o "espírito", nunca antes divulgadas
Uma das fitas com gravações entre O’Neil e o “espírito”, nunca antes divulgada (Foto: Stephen Rorke)

Veja mais

Para maiores informações sobre a possibilidade de fraude do projeto Spiricom, veja a pesquisa do pesquisador Stephen Rorke em seu site exclusivo sobre o assunto:

http://www.audiomedium.com/spiricomstudy/

Referências

[1] BORGES, Alexandre de Carvalho. Diálogos em tempo real no SPIRICOM: a máquina construída para falar com o outro lado da vida. Além da Ciência, 2008. Disponível em: <https://www.alemdaciencia.com/dialogos-em-tempo-real-no-spiricom>.

[2] MEEK, George W.; O’NEIL, William J. et al. SPIRICOM: An electromagnetic-etheric systems approach to communications with other levels of human consciousness. Franklin, N. C.: Metascience Foundation Inc., 1982.

[3] MEEK, George W. A transcript of the recording SPIRICOM: its development & potential. Franklin, N. C.: Metascience Foundation Inc., 1982.

[4] RORKE, Stephen. Spiricom or ‘Spiriconspiracy’?. AudioMedium, 2010. Disponível em: <http://www.audiomedium.com/spiricomstudy>.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário do Norte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

8 COMENTÁRIOS

  1. Simplesmente uma fraude. Com pouca análise está claro que não passava do próprio se utilizando de uma laringe artificial eletrônica para fazer o show. Ele encosta o dispositivo na laringe e começa a falar, o som gerado pelo dispositivo sai pela boca e se modula de acordo com o movimento da boca, o que gera a fala robótica. Não sei dizer se os envolvidos sabiam disso (tudo leva a crer que sim, pois depois dessa revelação, a suposta “entidade” simplesmente desapareceu, e o equipamento nunca mais funcionou). Anos 70~80 existiam muitos charlatões.

  2. O equipamento de transcomunicação instrumental , é tipo um rádio , que basicamente capita interferências ocasionadas em um sinal padrão de entrada. Quando o sinal sai fora do padrão conhecido, que seria um ruido por exemplo , o equipamento percebe e o apresenta através dos auto-falantes.

    O medium nada mais é que um radio que se coloca a disposição para a interferência de outrem . No caso, nosso corpo , basicamente é uma carcaça, um equipamento biologico de transcomunicação com nossa conciência.

    Porém Nossa tecnologia esta voltada para o consumo. Não se envolve com estas coisas. Há Comentários de pesquisas realizadas exatamente nesse ponto em setores do governo, na década de 50.

    Mas volto a falar. mexer com isso para muitas pessoas dá um certo medo, ou escândalo. Pois vai que isso tem haver com o que está escrito ” E foi lhe dado comunicar folego a besta para que ela fala-se . ” Apocalipse 13:15

  3. Ha sim, o grande problema , como no caso do filme A origem com Leonardo Dicaprio. é Não consegui definir o que real e o que é sonho. Mexer com isso , pode mexer com sua conciência e realidade. E nos tirar desta vidinha normal a qual seguimos , porém talvez nos acordar da matrix , não seja algo tão legal assim. E talvez esse seja o grande impasse da não revelação das coisas. Será que queremos enxergar o real 100%, tudo que está do nosso lado agora mesmo, como dormiremos, sabendo que não há como nos esconder ou estarmos a só, sozinhos no quarto.

    Acredito que a TCI será o ponto sem volta para comprovação do algo mais. e mudará muito as coisas para sempre. Muitos estão dizendo que a igreja já está se preparando para isso. E também algumas instituições importantes.

  4. Os Crops Circles na Inglaterra foram a mesma coisa. Tentaram abafar com uma mentira , mas não deu certo. Eram muitos circulos em muitos lugares. Só por isso que não conseguiram, mas se fossem poucos em casos isolados , a mentira tinha tirado a credibilidade dos circulos nas plantações. Porém quem visita o local dos circulos , passa a acreditar , não tem como. Apenas uma das situações, mais simples que é o do celular sem sinal , que passa a pegar o sinal completo dentro dos circulos, torna indiscutível aquilo não ser algo fora do comum.
    Bom no caso do TCI de William, avaliar um fato ocorrido a 35 anos atras, através de uma sucata encontrada em um hangar. Isso é piada, e Rorke , deve ser colega do Douge e Dave ( os velinhos dos croops circles ) , foi a mesma coisa.

    E pesne, se isso for possível, se comunicar, de uma maneira muito mais efetiva que os mediuns fazem. imagine todo mundo ter acesso a conciência fora da materia. As autoridades fariam força para segurar isso.

  5. Como acho interessante este assunto.E especial estas pessoas que vão a busca de uma certeza. Estou iniciando nesta pesquisa e achei o método da bacia de água o melhor pra mim, pq acredito mesmo é na bruxaria. Meios eletrônicos sempre tem fraude, infelizmente. Eu posso ver de cara imagem de gente e ambientes em fotos,não preciso de cam focada em papel alumínio.Tenho alguma mediunidade natural.Toda minha familia têm.Obrigado por colocar no blog suas experiencias.

  6. oi amigo minha vo morreu quando tinha 5 anos ela era a pegada em mimmm quando tinha 10 anos vi ela no meu aniversario desde entao acredito q existe simmmmmm cheguei aos 27 anos fui fazer uma trascomunicao pergutei vo vc esta ai e respondeu sestou mais morta quando virei a voz ao contrario fikei muito assustado deste esse dia n fiz nada ai tudo bemmmmmamigo,mais 2 vezes minha mae viu ela deitada na minha cama q estava dormidooooo e estou com medo acho q e um espirito obeseso amigo ate pensei em por carmera para detecta q estive dormido mais to com medo abraço so vi relata minha experiencia tenho certeza q espirito existe amigo

  7. Oi Alexandre, o artigo é interessante e bacana, mas o trabalho do sujeito deixa a desejar.
    Vasculhei o site informado, li o “paper” e o sujeito parece estar vagando no vazio do palavrório. Protege-se com uma análise particular da tese de Dawkins sobre memes, utiliza-se da “inferência da melhor explicação” e tenta aproximar o caso de algumas das falácias lógicas mais populares, e cria assim um ninho de ratos dentro de um saco de gatos, e com isso tudo e muitas voltas, por fim apela para a eventual esquizofrenia do sujeito que criou o aparato, e foca-se em algumas possibilidades e acaba por concluir por conta de todos esses volteios, em tom irônico e pontuado de uma série de frases sarcásticas, que tudo aquilo não passou de uma fraude deslavada, mas nada prova.
    Para sustentar sua tese, ele não oferece dados, não verificou ou aparato, e parece nunca tê-lo ligado e posto a funcionar, (e justifica essa impossibilidade devido à possível falta de informações cruciais que impedem a replicação do aparato e consequente experimento e mesmo a operação do monstrengo que aparece em fotos no site) e o autor do “paper” nem tenta mostrar absolutamente nada, além de extenso palavrório, apesar de no site colocar “por fora” mais alegações e novas eventuais conclusões com base em uma determinada fita cassete, sabe-se lá de que origem, em comparações grotescas entre essa e outros áudios espalhados pela web, também sem origem comprovada.
    Bem, eu esperava mais desse suposto estudo, ao menos que o sujeito houvesse ligado a traquitana toda, e realizado testes com rigor científico que ele tanto parece apreciar.
    E o que deixou-me mais triste é que no fim de tudo, espalha aqui e acolá, sutil como um paquiderme, alegações sobre esforços conspiratórios de sabe-se lá quem, talvez agencias de inteligência da Gringolândia, tentando mostrar que havia uma grande “mão” a controlar as mentes dos pobres mortais sequiosos de espiritualidade, em direção a sabe-se lá que lugar e conclusões, e que o aparato e todo o resto seriam apenas mais um gerador de factoides usado para inculcar na cuca do povão um folclore sobre temas paranormais, recheados de lendas urbanas e besteirol.
    Sinceramente, esperava mais. Isso não é ciência nem aqui nem em parte alguma.
    Tenho notado que na Gringolândia existem grupos que vivem das lendas urbanas e outros que vivem de desmascarar lendas urbanas, no fim os dois grupos alimentam-se das mesmas lendas. Quanto mais esquisitas as lendas urbanas, mais esquisitas as explanações para desvendá-las.
    No fim, tudo parece ser não mais que entretenimento e mata-tempo.
    Bem, valeu pela divulgação desse material, sempre bom conhecer mas vamos aguardar os próximos.
    E claro, em breve novas lendas urbanas surgirão sobre a alegação de fraudes sem provas e novas provas improváveis virão junto com as contra-alegações-incontestáveis-por-falta-de-objetos-para-testes, e no fim ninguém de fato saberá dizer ainda o que se apreciaria saber de antemão:
    Se depois da vida tem algo mais que a morte?
    Abração!

    • Paladino,
      O tema é bem longo para debater aqui. As críticas à veracidade do Spiricom já existiam desde a época em que ele foi apresentado. O pesquisador escocês Alexander MacRae também apoia a tese da fraude. Neste trabalho de Rorke eu me ative mais à parte técnica. Ao ouvir algumas dessas novas fitas cassete, há algo bem suspeito, principalmente quando a voz do dito espírito fica sobreposta ao mesmo tempo com a voz de O’Neil – falando a mesma sentença.

      Eu ainda pretendo analisar com mais cuidado todas essas alegações, quando tiver um tempo para alocar a esta tarefa. De qualquer forma, a acusação de fraude atinge apenas o técnico O’Neil, sem que os outros participantes fossem coadjuvantes. A história do Spiricom tem vários furos. No momento não afirmo que é fraude, mas também não coloco minha mão no fogo atestando que é real.

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