O fenômeno UFO tem demonstrado ocorrer espontaneamente e sem o nosso controle. Não podemos delimitar a fenomenologia ufológica para que ela proceda de acordo com o que nós esperamos e entendemos.

Ditar a manifestação do fenômeno para que se enquadre dentro do procedimento que queremos e usar desse artífice para, caso não ocorra o esperado, negue-o, não é uma metodologia cientificamente correta.

É verdade que as alegações de aparições de UFOs estão surgindo em todos lugares do globo terrestre, sendo a maioria pura fraude ou erro de interpretação. Além das histórias contadas pelas pessoas, UFOs também já foram detectados por radares em diversas oportunidades, e esses registros de radarizações estão bem documentados na história ufológica.

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Aparições de UFOs estão surgindo em todos lugares do globo terrestre, sendo a maioria pura fraude ou erro de interpretação

Em alguns desses episódios ocorreram, ao mesmo tempo, a radarização e a observação visual por parte de um mesmo operador humano. Um dos casos mais famosos no Brasil nesta categoria aconteceu em 1986, envolvendo a Força Aérea Brasileira (FAB), no qual caças militares decolaram para interceptar 21 objetos não identificados que surgiram no espaço aéreo.

Dificuldade em registrar o fenômeno

A dificuldade de obter registros legítimos do fenômeno UFO pode ser entendida por ser a sua característica aleatória e casual. A possibilidade de esperarmos um UFO pousar e que nós possamos calmamente registrá-lo em nossos equipamentos não existe.

A fenomenologia ufológica não funciona no modus operandi que algumas pessoas alheias à problemática pensam, ou seja, alguns acreditam que os UFOs aparecem, e os ufólogos se deixem levar. Os pesquisadores não tomam café da manhã com seus supostos tripulantes e não voam nos UFOs para onde bem entendem.

A dificuldade de obter registros legítimos do fenômeno é devido a sua característica aleatória e casual.
A dificuldade de obter registros legítimos do fenômeno é devido a sua característica aleatória e casual.

O fenômeno tem demonstrado ser esquivo, o que torna a ideia de ir a campo para capturar seus supostos tripulantes, como quem captura borboletas na floresta, pura fantasia. O máximo que os ufólogos conseguem obter são fotos, filmes, relatos de diversos níveis de credibilidade, alterações físicas no solo ou em pessoas, entre outros.

Apesar de o fenômeno UFO ter faces indefinidas e ser realmente esquivo, existem as “ondas” de aparições e as áreas de maior incidência, ajudando-nos a tentar obter um mínimo controle dessa natureza aleatória.

Padre dá preferência a seu jantar não esfriar

Apesar da maioria dos casos serem praticamente de avistamentos efêmeros, há ocorrências ao redor do mundo que foge a este padrão. Segundo conta o astrônomo e ufólogo norte-americano J. Allen Hynek (1910–1986) em seu livro OVNI – Relatório Hynek (Portugália, 1972), ele entrevistou uma testemunha de um avistamento de UFO que relatou ter durado horas.

A testemunha era o padre William Gill, que pareceu não ter dado muita importância ao fato inusitado, e foi jantar. Hynek perguntou o porquê de o padre ter ido se ocupar de sua refeição justamente no momento do avistamento.

Ilustração mostra o avistamento descrito pelo padre William Gill
Ilustração mostra o avistamento descrito pelo padre William Gill

O padre retrucou calmamente, dizendo que “pensava também que se tratava talvez de um dos vossos novos aparelhos”. Hynek informa ainda que o UFO já havia surgido na noite anterior, permanecendo à vista por cerca de quatro horas e meia.

O ufólogo também acrescentou que o padre era uma pessoa calma e costumeiramente rígida nos seus horários — um costume do seu povo. O padre já estava mesmo cansado de ver tanto UFO e deu preferência a sua comida não esfriar.

Referências

[1] Aviões da FAB caçam OVNIs e acabam caçados. Correio Braziliense, Brasília, p. 9, 22 maio 1986.

[2] DURRANT, Henry. Os estranhos casos dos OVNIs. Lisboa: Bertrand, 1981.

[3] HENDRY, Allan. Papua/Father Gill revisited, International UFO Reporter, 2, #11, November 1977, p. 4-7 and December 1977, p. 4-7.

[4] HYNEK, J. Allen. OVNI: relatório Hynek. Tradução de Francisca Athouguia Rocha Fontes. Lisboa: Portugália, 1972.

[5] Oficiais contam como observaram os OVNIs. O Estado de São Paulo, São Paulo, 24 maio 1986.

Alexandre de Carvalho Borges
Físico em formação (bacharelando) pela Universidade de Franca, Analista de Tecnologia da Informação pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Ensino de Astronomia pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Ensino de Física pela Universidade Cruzeiro do Sul, pós-graduado em Perícia Forense de Áudio e Imagem pelo Centro Universitário Uninorte, pós-graduado em Inteligência Artificial em Serviços de Saúde pela Faculdade Unyleya, pós-graduado em Tradução e Interpretação de Textos em Língua Inglesa pela Universidade de Uberaba, e fotógrafo.

1 COMENTÁRIO

  1. Olá Alexandre, já há solução para esse pequeno problema que descreveu da variação dos resultados e essa solução foi e é obtida pela aplicação do método científico, não só há solução, como há comprovação para a repetitividade do comportamento desses fenômenos e um pouco além da possibilidade de predição de resultados. Infelizmente deixarei essa observação em vazio sem demonstrar de público o que disse acima e tenho razões sólidas para isso se interessar alinho adiante:
    Se demonstrar como e porque esses fenômenos ocorrem dessa forma, usando termos associados a metodologia científica, logo haverá uma legião de pessoas criando folclore sobre isso e utilizando os nomes e estruturas como se soubessem disso à larga e claro, vão enganar pessoas.
    É uma pena, mas da mesma maneira que não se pode colocar assuntos de natureza científica polêmicos pois nunca serão levados à sério e de quebra os magos de plantão logo adotarão o discurso por mimetismo e acabam levando ao descrédito estudos sérios na área, espantando as melhores cabeças científicas e tudo virá assunto de piada nos laboratórios.
    Porém, há solução, modelagem e nem passa perto do que falam os magos e cientistas místicos que pululam nesse mundo e no outro.
    Quando surgirem as condições adequadas e idealmente no Brasil, tivermos mais pessoas afeitas ao assunto e pesquisa séria como você tem feito, entre outros colegas, talvez as pessoas e os grupos que conhecem as soluções as divulguem. Mas até lá, sinceramente e tristemente as pessoas comuns conviverão temporariamente com as dúvidas, e é temporário mesmo, sempre foi, pois todas as dúvidas concernentes ao pós-morte, se resolvem após a morte, e cedo ou tarde todos saberão tudo sobre isso.

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