Por Ana Gaspar

Este é o nome dado pelo engenheiro Hernani Guimarães Andrade à coletânea de trinta e três artigos que ele escreveu na Folha Espírita, sob o pseudônimo de Karl W. Goldstein, durante o período de agosto de 1994 a abril de 1997.

Hernani Guimarães Andrade em seu livro, A Transcomunicação Através dos Tempos, no 2º capítulo diz o seguinte: “O vocábulo transcomunicação é composto por dois termos: trans do latim, que significa para além de, através de e comunicatione, que significa ato de emitir, transmitir e receber informações”. A fim de agilizar a nossa escrita, adotaremos a sigla TC, em substituição ao vocábulo transcomunicação.

Hernani Guimarães Andrade cita a mediunidade como um exemplo de TC, mas a TC não significa exclusivamente o fenômeno mediúnico, ao contrário, pode ser realizada por meio de objetos ou instrumentos inanimados.

Quando a TC se efetua diretamente pelos seres situados fora do nosso espaço-tempo, por meio de objetos materiais simples que são movimentados, ou através de instrumentos adequados, inclusive aparelhos eletrônicos, é denominada Transcomunicação Instrumental. Representada pela sigla TCI.

Livro do Hernani Guimarães Andrade (Crédito: Divulgação)

As formas de transcomunicação sofreram uma espécie de evolução ao longo da história da Humanidade. Ao que parece, a TC iniciou-se quando os homens ainda estavam na idade da pedra e começaram a habitar as cavernas.

Nos tempos pré-históricos devia haver abundância de pedras disponíveis nas imediações das cavernas, seriam elas os objetos mais suscetíveis de sofrerem movimentação, tendo evidentemente um doador de energias para que o fenômeno ocorresse, fenômeno esse intitulado poltergeist. O livro relata inúmeros exemplos no início da humanidade.

A transcomunicação entre os povos antigos

Quando se estuda as religiões egípcias tem-se uma surpresa ao verificar a multiplicidade e variedade dos deuses que compõem o seu panteão. Nada menos de trinta deuses principais formam o grupo dos mais importantes, essa multiplicidade e variedade de deuses, são explicáveis por sua longa história, a qual remonta a mais de três milênios, antes da era Cristã.

Outro aspecto notável, era a sua intensa religiosidade e constante preocupação com a morte, com os cadáveres e com a sorte dos desencarnados após o decesso. Há muitas evidências de que os egípcios conheciam profundamente as leis que governam as atividades dos Espíritos após a morte, inclusive a reencarnação.

Esse fato implica a prática da TC com as inteligências incorpóreas, das quais os sacerdotes teriam recebido informações minuciosas. Como os egípcios, os gregos também possuíam, em seu panteão, um número enorme de deuses.

Entretanto, o que evidencia muito bem a prática da TC pelo povo grego primitivo são os Oráculos. Os cidadãos comuns e os soberanos iam consultar os Oráculos e o objetivo era conhecer o futuro e buscar orientação para os seus problemas.

Na Roma Antiga vamos encontrar, nos primeiros séculos da Era Cristã, exemplos de TCI. Quintus Septimius Florens Tertulianus, teólogo e doutor da Igreja, nascido em Cartago, consultava o mundo espiritual usando o processo da “mesa girante”. Amminus Marcelinus de Antióquia, referia-se a “mesa adivinhadora” que apontava as letras do alfabeto, formando palavras.

Existem também referências aos chineses que há cerca de 4000 anos já usavam consultar os Espíritos, empregando um aparelho rudimentar denominado Chi-Ti. Esse instrumento consiste em uma forquilha de madeira, feita de um galho de árvore. No Japão, o culto aos antepassados, a aceitação da reencarnação e o Budismo grandemente cultivado há práticas de TCM com algumas seitas xintó.

O médium incorpora o Espírito que é questionado pelos presentes à reunião. Na Índia e Tibete, diz Hernani Guimarães Andrade, seria quase supérfluo falar acerca da TC. A Índia principalmente é um país espiritualista e a crença na reencarnação, a prática da magia e a proliferação de faquires, revelam a existência de intercâmbio com o Plano Espiritual. Seria uma Transcomunicação Direta.

Vamos encontrar a TC, no século 19 com episódios bem marcantes, os fenômenos ocorridos na cidade de Hydesville, com as irmãs Fox. As materializações pela médium Florence Cook – levitações pelo médium de efeitos físicos Daniel Dunglas Home, os testemunhos preciosos de Alexander Aksakof, nos processos de materialização.

O Fenômeno das Vozes Eletrônicas

Friedrich Jurgenson, nasceu no ano de 1903, em Nova Odessa, Ucrânia. No dia 12 de junho de 1959 resolveu gravar o canto dos pássaros e quando foi ouvir a gravação, surgiu uma voz masculina expressando-se em norueguês.

Outro grande pesquisador o Dr. Konstantin Raudive, que iniciou suas pesquisas após ter lido o livro de Friedrich Jurgenson. Inicialmente, as experiências dos dois juntos só produziram vozes pouco claras. A partir do dia 10 de junho de 1965 passaram a obter bons resultados. Essa gravação foi conseguida por meio do rádio.

Esse método consiste em sintonizar o aparelho de rádio acoplado a um gravador. Hernani sugere o livro de Sônia Rinaldi, Transcomunicação Instrumental – Contatos com o Além por Vias Técnicas, para mais ricas informações.

A Transcomunicação Instrumental no Brasil

Não foi sem razão que o escritor inglês Guy Lyon Playfair considerou o Brasil como o “país mais psíquico do mundo”. A abundância de médiuns e a experiência cotidiana dos brasileiros com a TCM fizeram com que a TCI encontrasse aqui um terreno fértil.

É o que Hernani Guimarães Andrade coloca em seu livro no capítulo 32 referente ao Brasil, mas prossegue, no início houve certa reação à adoção da TCI, por parte de alguns adeptos do Espiritismo. Essa atitude não foi geral e nem partiu dos órgãos representativos do movimento espírita, mas de alguns espíritas mais ortodoxos e conservadores, bem como daqueles menos informados a respeito da TCI. Entretanto a resistência vem diminuindo rapidamente.

Convém assinalar que a maioria quase absoluta dos praticantes da TCI encontra-se entre os espíritas. Teve evolução aqui no Brasil da TCI, a atuação da Dra. Marlene Rossi Severino Nobre e de seu marido o Dr. José de Freitas Nobre. De 22 à 24 de maio de 1992, a Dra. Marlene Nobre, promoveu através da Associação Médico-Espírita, AME de São Paulo, um Congresso Internacional de Transcomunicação, levado a efeito em São Paulo.

Essa conferência trouxe ao Brasil quase todos os maiores transcomunicadores da Europa. Naquela oportunidade Sônia Rinaldi estabeleceu contato com o casal Harsch–Fischbach e selou com Maggy e Jules, ambos importante amizade. Desse relacionamento resultou rápido e frutífero progresso para a TCI em nosso país.

Gostaríamos de ressaltar que nesse mesmo capítulo o autor coloca alguns fatos interessantes de TCIs no passado que ocorreram com personalidades ilustres brasileiras. Conversas através do telefone. Vale a pena ler o livro A transcomunicação Através dos Tempos.

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