Por Karl W. Goldstein
(pseudônimo do engenheiro civil e parapsicólogo Hernani Guimarães Andrade)

 

Livro Transcomunicação Instrumental (Coleção Folha Espírita, vol. 1, pág. 23-26, São Paulo, 1992).

 

O título deste artigo, extraímo-lo do conteúdo da obra de Friedrich Jürgenson (1972), traduzida e publicada sob o título Telefone para o Além. Ela trata das gravações de mensagens presumivelmente enviadas por pessoas já falecidas, obtidas diretamente em fitas magnéticas – dessas usadas em gravadores comuns. Equivalem a comunicações verbais, sem necessidade do médium humano, captadas diretamente por processos exclusivamente eletrônicos.

O leitor poderá indagar: como ficou demonstrado tratar-se de vozes de pessoas já falecidas tentando comunicar-se com os vivos por esse processo?

O pioneiro Friedrich Jürgenson (Foto: Divulgação)

Em primeiro lugar, foram as próprias vozes que forneceram a informação de que elas provinham de pessoas desencarnadas. Naquela ocasião, Jürgenson jamais poderia supor semelhante fato. Ele mesmo, inicialmente, acreditou que seu gravador estivesse captando as ondas de alguma emissora próxima dali. Entretanto, logo teve de abandonar essa hipótese, por alguns motivos:

1 – As mensagens eram transmitidas em uma espécie de poliglotismo, isto é, as frases compunham-se com palavras de vários idiomas diferentes, o que nenhuma radioemissora iria empregar;

2 – As comunicações eram pessoais e dirigidas a ele, permitindo o diálogo e mesmo a identificação pelo timbre da voz quando se tratava de pessoas conhecidas;

3 – A experiência pode ser repetida inúmeras vezes por pessoas diferentes e em diferentes lugares, com iguais características básicas, diferindo naturalmente de acordo com certos fatores normais, por exemplo: as pessoas que tentavam a experiência, a qualidade do aparelho, as técnicas usadas, o local onde se faziam as gravações etc.

Muitas hipóteses explicativas paralelas e reducionistas foram levantadas, como a ventriloquia inconsciente, a psicocinesia, a fraude, e várias outras. Todavia, nenhuma dessas hipóteses conseguiu explicar cabalmente o fenômeno. A maioria dos investigadores e pessoas que estiveram em contato com o fenômeno das vozes aceita-o, ou como paranormal, ou como originado no Além, ou como inexplicável.

Vamos transcrever alguns dos pareceres de pessoas credenciadas que realmente fizeram tais investigações ou que tiveram experiência pessoal e direta dessas vozes:

O parapsicólogo alemão, professor Dr. Hans Bender, da Universidade de Freiburg:

“Um exame com melhor equipamento técnico, em maio de 1970, tornou altamente provável a hipótese paranormal da origem do fenômeno das vozes.”

Parapsicólogo alemão Hans Bender:
“Altamente provável a hipótese paranormal da origem do fenômeno das vozes.” (Foto: Divulgação)

Dr. Brendan Mc Gann, diretor do Instituto de Psicologia de Dublin:

“Reproduzi aparentemente com sucesso o fenômeno. Vozes apareceram em uma fita magnética, os quais não se originaram de nenhuma fonte conhecida.”

A.P. Hale, físico e engenheiro eletrônico:

“Em vista dos testes levados a efeito em um laboratório blindado em minha firma, não posso explicar o que aconteceu em termos físicos normais”.

Ken Attwood, engenheiro chefe da Pye:

“Tenho feito tudo o que posso para desvendar o mistério das vozes, sem sucesso; o mesmo aplica-se a outros técnicos. Suponho que devemos aprender a aceitá-las”.

Rev. prof. Dr. Gebbard Frei:

“Tudo o que tenho lido e ouvido força-me a crer que as vozes vêm de entidades individuais, transcendentais. Quer agrade-me ou não, eu não tenho o direito de duvidar da realidade das vozes”.

Rev. Padre Pistone, da Sociedade de São Paulo:

“Não vejo nada contrário ao ensinamento da Igreja Católica, nessas vozes; são algo extraordinário, mas não há razão para teme-las, nem vejo nelas qualquer perigo”.

Sua Eminência Reverendíssima Dr. Butler, bispo anglicano de Connor:

“Estou definitivamente impressionado e disposto a influenciar-me por este fenômeno. Quanto ao conjunto dos experimentos, eles estão, apesar de tudo, apenas no começo”.

Rev. Monsenhor prof. C. Pfleger:

“Os fatos fizeram-nos admitir que entre a morte e a ressurreição existe ainda outro reino de existência post-mortem. A teologia cristã tem pouco a dizer sobre esse reino”.

Sua Excelência, o Arcebispo H. E. Cardinale, Núncio Apostólico da Bélgica, Luxemburgo e Comunidade Econômica Europeia:

“Naturalmente é tudo muito misterioso, mas nós sabemos que as vozes estão ali para todos as ouvirem”.

Maurice Barbanell, editor do Psychic News:

“O futuro está nos instrumentos capazes de registrar vibrações ou radiações emanadas do mundo dos espíritos, as quais não são normalmente receptíveis pelos cinco sentidos do homem”. (Bander, Peter (1974))

Mas, de todos os testemunhos, o mais incisivo e significante é do próprio Jürgenson, que esteve em contato com o fenômeno, desde o seu início:

“Por mais fantástico que pareça tudo isto, a verdade é que se trata de vozes de pessoas mortas, que por livre iniciativa buscam lançar uma ponte sobre o abismo que separa o seu plano de existência do nosso. Com esse objetivo, os organizadores do Além utilizam não apenas uma instalação semelhante à do radar, mas também dispõem ao que parece, de uma frequência de onda eletromagnética especial, que manipulam à vontade, interferindo nas ondas curtas, médias e longas das nossas estações radiofônicas”. (Opus cit., p.105)

Jürgenson informa, ainda, que todos os contatos efetuados pelos mortos com os vivos, por esse processo, são fiscalizados por uma Central de Investigações. Esta Central tem outra função, semelhante à de uma estação multiplicadora:

“Embora essas comunicações sejam feitas geralmente em um volume de som discreto, a ‘Central de Investigações’ dispõe de meios para intensificar esse volume até um ‘fortíssimo’ ensurdecedor”. (Opus cit. p.106)

O Dr. Konstantin Raudive (1971) registrou cerca de 72.000 sentenças por esse processo e editou um livro onde ele catalogou todas as frases assim captadas. Examinando-se o trabalho de Raudive, é possível formar um quadro coerente acerca do mundo dos desencarnados. Temos, nessa obra, um manancial inesgotável de onde extrair dados concernentes à vida além-túmulo.

Ali também há referências às Estações Transmissoras usadas pelos “mortos” e destinadas à comunicação com os “vivos”. Pelas mensagens recebidas, percebe-se que os desencarnados se esforçam intensamente para entrar em comunicação com os encarnados. Dessas mensagens pode-se destacar dois nomes de estações transmissoras do Além: Studio Kelpe e Rádio Peter.

Konstantin Raudive acreditava na existência de várias “estações transmissoras” do Além
(Foto: Divulgação)

Além dessas, há outras estações transmissoras, afirma Raudive:

“Existem outras estações, à parte da ‘Studio Kelpe’ e ‘Rádio Peter’. Elas não aparecem frequentemente, mas apontam para a aparente existência de muitas estações que desejam fazer contato com o experimentador”. (Opus cit. p.178)

“Algumas dessas ‘emissoras do Além’: Kegele, Kostule, Vários Transmissores Ponte-Göthe, Sigtuma, Arvids e Irvines. Possivelmente há ainda outras”. (Opus cit. p.178)

Em artigo tratando desse assunto, publicado na revista Planeta, no 18, de fevereiro de 1974, de autoria da conhecida escritora Elsie Dubugras, há uma súmula dos aspectos mais marcantes da vida além-túmulo, extraída dessas gravações feitas em fitas magnéticas.

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Este texto foi publicado originalmente em um capítulo do livro Transcomunicação Instrumental de Karl W. Goldstein com o título original de “Mensagens do mundo dos espíritos”. As fotografias não continham no original e foram inseridas pelo webmaster.

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